Eles estavam sempre
felizes, conversando e rindo. Quando ele dirigia seu carro, sua mão esquerda
segurava firmemente o volante, enquanto a outra prendia suavemente os dedos da
mão esquerda dela (tão pequena e macia), dando-lhe a direção de seu amor perene
e a textura de seus carinhos. Ele conduzia todos os sentimentos com a expertise
de um piloto de fórmula 1, audacioso e competitivo. Sempre ele, o campeão a
traçar as coordenadas das corridas, a dizer o momento de se verem, ou não.
Sempre ele, a erguer a taça da vitória, da pole position e do vinho. Tudo foi
bem até o dia em que ele perdeu drasticamente a direção dentro de uma galeria
subterrânea de seu coração e capotou com o carro. A partir disso nunca mais se
viram. Não havia sequer uma luz no fim do túnel para nenhum dos dois.
Autora: Valéria Áureo
In: Entre Mentes e Corações
Nenhum comentário:
Postar um comentário