À primeira vista ela se
apaixonou. Estava no shopping e a atração foi fulminante. Ela precisava dele
para viver ... Tinha apenas quatorze anos; o pai proibiu, sem muitas
considerações, apenas um não! A mãe acompanhou a decisão do pai, como fazia em
tudo. Nada de relacionamentos prematuros; você é ainda muito criança! ... Aos
dezoito ela fez prevalecer sua vontade e vaidade e assim começou um
relacionamento duradouro. Desde então, sem se desgrudarem, passaram por
todos os encantos da juventude. Juntos na universidade, nos bailes, nas festas,
nas viagens, nas compras, nas visitas e em todo lugar. Tornaram-se
inseparáveis, íntimos no corpo, na pele, nos lábios. Todos os dias tocavam-se
com ternura e ele a deixava luminosa.
Aos cinquenta, na quarentena ela
se distanciou tragicamente dele, sem lhe dar qualquer explicação pelo abandono,
e entregou-se a uma impudica relação. Trocou-o sumariamente por uma máscara.
Pobre batom!
Autora: Valéria Áureo
12/06/2020