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sábado, 27 de junho de 2020

Mini conto contemporâneo


O casal passeia com a criança, cujo nome é Francisco, mas eles o chamam de Chicão, Chico, Chiquinho, Cisquinho. É dia de festa e agora exibem um menino grande e forte, depois de tempos de tormenta e desilusão. Chico, que agora corre por todos os lados, leva esperança para os vizinhos, que só o conheciam de nome. Menino refeito, que todo pai gostaria de exibir, agora sai por todo canto fazendo algazarra.
– É a cara do pai – bajula a vizinha.
– A senhora o conhece? – pergunta o homem.
E segue adiante, com a constatação de ter em seu caminho uma vizinha fofoqueira e maledicente, capaz de estragar a felicidade do nobre homem que assumiu a paternidade.
Naquele instante, não conseguiu juntar as palavras apropriadas, para dizer que o 'dito' pai tinha abandonado a criança, depois de roubar todos os bens da família, deixando-os à mingua. Isso era natural naquele genitor corrompido, que não conseguia juntar os pedaços de sua vida de maus hábitos e má companhia. E nisso, de não se ajustar à honestidade que a vida requer, esse pai foi-se embora, levando o que podia roubar, tomando mais um gole e vendendo a alma ao diabo.
Coube ao pai adotivo dar dignidade à Dona Pátria (mulher altiva e de bons costumes) e ao filho promissor, o belo Chiquinho, porque a vida não se resume ao pai, mas ao filho bento pelo Espírito Santo.
Autora: Valéria Áureo
Rio 27/06/2020