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Fonte: Internet
Inspira-te! Encontra o lado bom da
dúvida, porque ninguém tem certeza de nada. Ou melhor: a única certeza da vida
é a morte. A dúvida do que nos resta é companheira constante... Quem saberá do
futuro, por exemplo? "A incerteza do termo da vida confere-lhe uma
perpetuidade ilusória, mas aprazível." Cabe-nos viver... Enquanto se vive, façamos o melhor
possível. E, se tu não sabes o que é bom para ti, o melhor para tua vida, posso
te dar um conselho: “na dúvida, abstém-te”. Se não sabemos de nada "a
dúvida é a sala de espera do conhecimento." Sabemos que estamos aqui para
aprender, para tentar saber um pouco e "quem de nada duvida, nada sabe”. O melhor ainda é, sem dúvida nenhuma, o caminho do meio.
Da dívida trata de te livrar, bem como
do fardo, mas fica com a dádiva entre poder sair para passear, ficar para
dormir, continuar no ócio criativo ou exercitar-te, mesmo que seja em corda bamba. Aspira sempre e cada vez
mais aviva os teus propósitos... Continua a tua caminhada sobre o fio de aço. Não perca a
esperança, não perca tempo, apesar de... Apesar de tudo. E, se chove, deixa um
guarda-chuva à mão. Previna-te, prepara-te, pois "as dúvidas aumentam com a
idade, não as certezas." Se tu te preparas, não temerás o futuro.
Fonte:Internet
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Inspira-te para recomeçar, ou para
continuar o que foi começado e interrompido. Interrompe-se quando se rompem os
projetos e quando os planos de uma vida inteira vão por água baixo. Inspira-te
para resgatar na lama o que a chuva espalhou no meio da enxurrada, onde a água
inundou e destruiu tudo. Vê ao redor... Tristeza nas serras, nas baixadas,
antes da chegada dos festejos natalinos. É sempre assim. Tristezas do quotidiano,
dos janeiros e setembros que se foram. Todo mês pode trazer surpresas... E
dezembro chega. Porque tudo se repete a todo ano e nas temporadas de temporais
a vida continua assim: mudando, mudando, mudando constantemente... Um carro
arrastado para dentro de um rio... Uma flor cortada. Uma pedra que rola na
encosta; um veículo boiando, o asfalto cedendo, o lamaçal na estrada e bois
aprisionados nos currais. Cidade, campo, não importa... Nuvens carregadas se deslocando,
desviando os planos de um dia de sol. E tu pensas que já viveste todas as
emoções do Vídeo Show? Pois não, porque a luta se repete e continua e reprisa, mas "a
certeza do ganho diminui a canseira." Melhor pensar no dia seguinte.
Viver é correr... Correr o risco... Correr
sobre o risco, o risco de giz, o fio de alta tensão, apesar de ser escuridão...
A partir de qualquer história, de toda história, de minha história e da tua,
convenhamos, todos somos iguais na dor. Mas vamos lá, todos somos equilibristas na corda bamba...
É assim com todo mundo. A vida não é para quem é fraco... E viver é preciso.
É preciso apegar-te ao tempo como o
último recurso para devolver afetos, estranhezas do que provoca aquele menino
que passa soltando pipa, lá longe, distante cinquenta anos de minha infância.
Ver janelas abrindo e fechando, de manhã e à noite. À noite as pipas já são outras...
São estrelas empinadas no fio do luar. Eu seria o espectador de mim mesmo,
personagem de uma jornada parecida com a dos outros meninos, que são os novos
velhos que eu agora conheço. Um velho residia em mim, desde que nasci e só veio
aflorar agora nos meus cinquenta anos. Enquanto a criança desmorona, o outro,
mais jovem vai entrando em cena; está ali, na ribalta, para lembrar que todos vamos
envelhecer. Mas, enquanto não, há tantas coisas por fazer na juventude... Como
viver sem sentido nesta vida? Não é tão importante o lugar, mas as pessoas e o
impacto que elas provocam. Provocam ecos, silêncios e angústias. Se as
perdemos, ao final, serão incontáveis e doces lembranças. Uma aprendizagem de
alegria, de crescer, de saber viver, apesar da inquietação dos dias. Profundo e
arriscado, no fim de cada ano, temos a sensação de que tocamos o que tanto tememos
que é o tempo se dissipando.
O tempo, a perdição do tempo, a procura
do tempo, o medo do tempo... Um conselho não poderia dar! O que dizer?
Provavelmente caberia: “Equilibra-te e vive!”.
Valéria Áureo
13/12/2013